Houve um tempo quando a nação de Israel estava moralmente caída e como Deus não tem prazer na destruição de seu povo, Ele ordenou que o profeta Jeremias descesse a casa do oleiro para observar como seria a formação de um vaso, porque Deus queria mostrar para o profeta qual é o processo que Ele usa para restaurar os seus escolhidos. Jr:18:1-5

Quando ainda era criança minha mãe trabalhava em uma olaria, então tive a oportunidade de conhecer como é o processo de formação de um vaso, notei que esta profição é exercida com a mesma tecnologia dos tempos remotos em que viveu o profeta Jeremias, e mesmo no mundo moderno o homem e o vaso de barro são muito parecidos em sua construção.

Segundo os geólogos existem 200 tipos de barros no planeta, mas apenas oito tipos servem para fazer um vaso. O oleiro conhece cada barro clinicamente. Na construção do vaso o primeiro processo é a escolha do barro, e essa escolha se da quando o barro está no estado bruto, no lugar chamado barreiro, e quando o barro se encontra nesse estado, somente o oleiro conhece qual barro é apropriado para o tipo de vaso para servir o seu propósito. E Deus foi o primeiro oleiro da história da humanidade e o homem é o barro que ele escolheu para ser o vaso para a sua glória.
As sete fases que o barro passa para se tornar um vaso.

1ª Fase: A extração do barro: fala da escolha divina, o homem é escolhido antes mesmo de ser um vaso.

2ª Fase: Peneirar o barro na peneira: é tirar do barro as pedras, as raízes de árvores podres, os galhos secos, a areia grossa e todo lixo que não pertence ao barro.
Este processo fala do novo convertido quando sai do barreiro do mundo e inicia o discipulado. Mas, também fala de um tempo muito doloroso quando O oleiro inicia o processo de limpeza das coisas do mundo na vida do crente. As pedras do orgulho, as raízes de amargura lá do mundo, os galhos secos das frustrações e decepções da vida, e ainda o lixo que retrata o pecado na vida do homem.

3ª Fase: Depois de escolhido e peneirado, o barro passa por um período mais doloroso, aquilo que antes era visto como torrões seco e duro, agora será umedecido com água, depois pisado e ainda amassado pelo oleiro.
Esse processo fala do tempo em que o homem estava com o seu coração duro e ressecado pelo vento do clima árido e seco do mundo, agora está sendo lavado e umedecido pela água da palavra de Deus, mas em seguida ele recebe as primeiras provas, será amassado pelo oleiro, isso é necessário para dar sustentação e liga ao barro. Esse processo fala da Fé do cristão e da perseverança em meio as provações, tentações e afrontas da parte daquele que não entende sobre a origem do barro nem aceitam a construção do sonho de ser um lindo vaso,
4ª Fase: É, um longo período de curtição. O barro é submetido a um longo tempo sozinho coberto por uma lona preta, nesse tempo é extraído todo o oxigênio, ou bolha de ar para adquirir uma consistência maior para não trincar, mas o barro fica lá até que chegue no ponto de ser formado em um lindo vaso.
Esta etapa para quem tem uma chamada de Deus, é o tempo mais difícil do homem esperar. Esta fase do barro coberto fala do período do anonimato, o barro sozinho é o tempo que o obreiro passa na solidão, mas é exatamente nesse tempo que o oleiro divino extrai da vida do homem todos os sonhos e desejos da antiga vida, para que possa respirar o oxigênio do céu, e será esvaziado das bolhas do orgulho que faz trincar a verdadeira essência da vida cristã, esse tempo de espera tem um prazo diferente para cada barro, depende do vaso que o oleiro quer fazer.

5ª Fase: depois de um longo período que o barro é preparado, o oleiro o coloca sobre as rodas, e em um curto espaço de tempo nas mãos do oleiro ele recebe a forma de um vaso, conforme a vontade do oleiro. Porém depois de pronto caiu e se quebrou dentro da casa do oleiro. Então o oleiro que conhece o barro que ele mesmo preparou com muito amor, novamente o pega e o transforma em um novo vaso, para ornamentar a casa do grande Rei..
Esta é a etapa do longo período de preparo do barro e do curto prazo para a formação do vaso, isso fala sobre o ministério do obreiro, Jesus foi um obreiro que viveu aproximadamente 33 anos, porém durante 30 anos ele se preparou e durante apenas 3 anos fez mais do que aqueles obreiros que se preparam por 3 anos e serviram por 33 anos, se estes obreiros fizessem o contrário, com certeza teriam um ministério parecido com o ministério do senhor Jesus.
O barro é amolecido para receber a forma de vaso, isso fala do crente que está com o coração amolecido e de alma entregue para ser um vaso nas mãos do oleiro. Porém o vaso caiu das mãos do oleiro, isso já se refere àquele servo que é como um vaso ainda não aprovado, a sua fragilidade lhe derrubou dentro da casa do oleiro. Mas assim como o oleiro, Deus sabe o tempo que foi gasto com aquele obreiro até ele ter ganho a forma de vaso, então Ele prefere pegar o mesmo vaso amassado e refazer o vaso caído. Mas existem muitos líderes que sem saber como é o processo de formação de um vaso, querem devolver para o barreiro deste mundo aquele obreiro que para ele nada custou, estes são aqueles religiosos que nunca ganharam sequer uma alma para o senhor. Ás vezes fico a pensar que talvez essas pessoas precisam ainda ganhar as suas próprias almas, pois são como pedras e paus na vida daqueles vasos que se quebraram, em vez de serem os próprios vasos para serem utilizados, não são. Justamente por isso, não podem ser um vaso para servir a água que sacia, o óleo que cura ou o perfume suave para exalar o bom cheiro de Cristo, são inúteis ao proposito do oleiro.

6ª Fase: depois que o vaso fica pronto ele é colocado em uma espécie de cabide na sombra e no vento até que ele se enxugue e fique resistente ao teste do forno de fogo ardente. Essa é a prova final.
Entendo que o cabide seja a graça de Deus na vida do obreiro, dá suporte e capacidade para ele suportar as provas de fogo que acontecem no curso da vida.
O período de descanso do vaso, se refere à proteção do senhor, e o vento que sopra sobre o vaso para enxugá-lo e fazê-lo mais resistente, não é outra coisa se não a presença do Espírito Santo na vida do cristão, que quando recebe o batizimo no Espiro Santo se reveste com poder para vencer as tentações do mundo e a sua velha natureza, e assim vencer a satanás, que com as suas manobras quer fazê-lo desistir na provação.

7ª e última fase: esta é a fase difícil de suportar, com certeza nenhum vaso a suportaria sem ter passado por todas as outras fases, nessa fase o vaso é colocado dentro do forno, que é aquecido com uma temperatura acima dos limites comuns. E quanto mais o fogo aquece, mais o vaso fica bonito e forte, é nessa hora que ele é purificado de toda impureza interna não aparente, além disso ele é transformado para ser sempre um vaso útil. Quem o fez entende de vasos e sabe quanto um vaso pode suportar o calor do forno sem trincar os trincos da Murmuração e da reclamação. Quando o oleiro vê o vaso dentro do forno e percebe que além de não estar trincado a sua aparência mudada, ele apaga o fogo da prova e tira o vaso da fornalha de dor, depois disso coloca-o no seu devido lugar. Mas mesmo assim depois de tudo isso, ainda continua sendo um vaso de barro simples e frágil, igual a qualquer outro vaso. Assim como um vaso, nós não podemos nos esquecermos que somos de barro, podemos cair e sermos quebrados, como vaso aos pedaços, se transformando cacos que não servem para serem usados na obra do Senhor.
Esta última etapa se refere também às maiores provas de um obreiro, que como vaso aprovado, suportou as mais duras provas até ser purificado pelo fogo, para honrar e glorificar o Oleiro(Deus) que se alegra com a utilização do vaso.
E você que acabou de ler esta parábola, acha que está em qual etapa da caminhada dolorosa de um vaso? Você nessa leitura se encontrou em algum lugar? Se você já está aprovado e pronto para ser usado, então sirva com cuidado para não ser quebrado.